terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Seminário Nacional avança na organização da Ação de 2010

Entre os dias 13 e 15 de novembro, 44 mulheres, de 18 estados (AC, AL, AM, CE, DF, ES, MG, MS, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS, SP, TO), além de representantes de movimentos e organizações como ASA, MST, UNE, ACD-GO, CUT e Contag/ Fetagre se reuniram em São Paulo para debater e encaminhar questões relacionadas à organização da Ação Internacional de 2010 da MMM no Brasil.

O Seminário Nacional de preparação para a Ação de 2010 contou com informes da organização dos estados, novidades sobre infra-estrutura, trajeto e formação das comissões, debates sobre o formato e programação para os dias de marcha, além da retomada do debate sobre a plataforma da Ação e notícias sobre demais atividades que envolvem a Macha Mundial das Mulheres.

Organização nos estados

As atividades de formação e arrecadação de recursos nos estados estão a todo vapor. Já foram realizados debates sobre os quatro campos de ação, encontros, rifas, bazares, festas, plenárias e atos de rua. Os estados estão formando também suas comissões de trabalho, e começam a separar as mulheres para atuar nas variadas equipes que viabilizarão a Ação de 2010.

Os movimentos sociais parceiros também intensificam sua organização, a partir de seminários e campanhas que pautam temas comuns à Ação de 2010. Um exemplo disso é a campanha da UNE pela legalização do aborto, que procura sensibilizar as mulheres estudantes para a questão.

Formato e programação

O seminário debateu propostas de programação e formato dos atos de abertura e fechamento da Ação de 2010. As mulheres se dividiram em grupos para discutir e formularam ideias como plantio de árvores, oficinas de fanzine, colagem de lambe-lambe, atividades culturais, batucada e panfletagens por onde a marcha passar, afinal, um dos objetivos é dialogar com a população das cidades que fazem parte do trajeto. Outra sugestão repetida nos grupos é fazer exibição de filmes, tanto que tenham relação com a luta das mulheres, como compactos das imagens da marcha e do trabalho das equipes, para que todas possam visualizar o conjunto da atividade.

Plataforma e aborto

O debate sobre a plataforma procurou contribuir para a construção de uma pauta nacional a partir dos quatro campos definidos internacionalmente para a Ação de 2010. A discussão girou em torno da necessidade de formular algo que tenha concretude local, a partir da realidade das mulheres nos estados e regiões do Brasil. Foi colocada a necessidade de organizar uma ação de denúncia e reivindicação, que alcance vitórias concretas, trazendo mudanças reais para a vida das mulheres.
Em relação ao tema da autonomia econômica, será preciso entrar no tema da fome, além de reativar o debate sobre o salário mínimo. O tema paz e desmilitarização trará discussões sobre a questão da criminalização dos movimentos sociais, da naturalização da violência e da ofensiva de militarização pela qual passa nossa sociedade, além de demonstrar nossa solidariedade para com as mulheres dos países que passam por guerras e conflitos. O campo dos bens comuns e serviços públicos levantará a discussão sobre soberania alimentar e energética, abordará a questão da reforma agrária e do limite da propriedade rural e enfatizará propostas alternativas de desenvolvimento e proteção ao meio ambiente, como a agroecologia. Já o campo da violência contra a mulher deve explicar a relação entre o sistema de dominação e poder vigente nas sociedades capitalistas e as inúmeras formas de violência às quais as mulheres brasileiras são submetidas, além de defender a autonomia das mulheres sobre seus corpos e a legalização do aborto.

A questão do aborto gerou um debate sobre estratégias para abordar o tema em atividades de formação das mulheres que participarão da marcha. Uma delas é começar a discussão mostrando como o aborto é uma realidade presente na vida das mulheres, lembrando que a não legalização não impede sua realização, mas coloca em risco a saúde e a vida de um grande número de mulheres, especialmente as negras e pobres.

Equipes de trabalho e recomendações

A parte final do seminário discutiu as tarefas e deliberou sobre as equipes de trabalho que tornarão a marcha possível. Foram colocadas recomendações para a formação das equipes de saúde, infra-estrutura, segurança, cozinha, ciranda e comunicação.

Algumas equipes farão reuniões nacionais anteriores à marcha, provavelmente em fevereiro. Outras serão formadas no início da atividade. Os estados têm até o dia 20 de dezembro para definir os nomes das mulheres que participarão das equipes. Foi ressaltada a importância de escolher militantes que possam se comprometer com a realização da marcha e que tenham disponibilidade para trabalhar bastante.

O cadastro geral das marchantes deve ser feito até dia 12 de fevereiro e os estados têm até o dia 15 de janeiro para inscrever as atividades culturais que pretendem realizar. Além da organização de atividades de arrecadação de recursos, formação e montagem das equipes, os estados devem procurar trabalhar o preparo físico das integrantes das delegações e pensar em adereços que demonstrem a força e irreverência das mulheres em marcha.

Fonte: http://www.sof.org.br/marcha/?pagina=inicio&idNoticia=386

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